Fim do feudalismo início do capitalismo comercial


Postado pelo grupo: As instituições Sociais e o sujeito. 



Renascimento comercial:

Fim do feudalismo início do capitalismo comercial...


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A Europa ocidental sofreu grandes transformações econômicas e sociais entre os séculos 11 e 14. Pouco a pouco, desmoronou o sistema feudal que vigorou no continente ao longo de quase toda a Idade Média. Entre outros fatores, contribuíram as Cruzadas, que foram expedições militares patrocinadas pela Igreja católica e organizadas pela cristandade medieval para libertar Jerusalém do domínio muçulmano....

As Cruzadas ocorreram entre os anos de 1096 e 1270 e conduziram a Europa a um momento de renascimento comercial: ao voltarem das batalhas em terras orientais, os cruzados traziam consigo produtos de luxo, como tapetes persas porcelanas chinesas, tecidos finos ou especiarias (temperos como cravo, canela e pimenta), que atraíam a população europeia, que já não conhecia esses requintes. ...
Graças a essa retomada do comércio, muitos europeus deixaram o campo e foram viver dentro dos burgos - vilas fortificadas com muralhas, construídas entre os séculos 9 e 10 e posteriormente abandonadas -, onde esperavam encontrar melhores condições de vida. Em pouco tempo, contudo, esses lugares tomaram-se pequenos e as pessoas viram-se obrigadas a se instalar do lado de fora de suas muralhas... Essa população, formada principalmente por artesãos, operários e comerciantes, acabou dando origem a novos burgos em vários pontos da Europa. Seus habitantes, por oposição aos nobres que viviam em castelos, ficaram conhecidos como burgueses. Os negócios ali aumentaram, os artesãos abriram suas próprias oficinas, comerciantes passaram a organizar feiras nas quais vendiam seus produtos... Por essa razão, o uso de moedas tornou-se essencial, substituindo o escambo ou troca de mercadorias. Isso possibilitou o aparecimento das primeiras casas bancárias, responsáveis pelas operações de câmbio e empréstimos a juros...

Além de empreendimentos comerciais, o maior contato entre os burgueses e os monarcas financiou o surgimento de novas universidades. Com a expansão comercial tomou-se necessário encontrar pessoas que entendessem de direito e comércio. A difusão do conhecimento deixou de ser algo exclusivo da Igreja católica - voltado para assuntos teológicos ou religiosos -, e o ensino tomou-se laico, voltado cada vez mais para questões mundanas... O homem passou a se preocupar mais com as coisas terrenas do que com as espirituais. As aulas voltavam-se para os textos clássicos, principalmente os dos gregos e romanos.
Guerra, fome e peste...
No século 14 a Europa entrou em crise. Mudanças climáticas geraram um grave colapso no abastecimento agrícola = FOME
O continente foi assolado pela Peste Negra, uma epidemia decorrente das péssimas condições de higiene das cidades = PESTE.
França e Inglaterra deram início à chamada Guerra dos Cem Anos = GUERRA
Mercantilismo ou capitalismo comercial
Em meio a essa situação de fome, doenças, guerras e mortes, as camadas mais baixas da população sofriam também com a elevada carga de trabalho e com os altos impostos cobrados pelos reis.  A ascensão da burguesia, a expansão do comércio, o aparecimento da mão-de-obra assalariada, aliados ao fortalecimento do poder real - e a consequente formação dos Estados nacionais foram fatores que abalaram de vez a estrutura feudal da Europa e provocaram o fim desse sistema no continente. No século 15, os europeus já viviam sob uma nova ordem socioeconômica: o capitalismo comercial.

O Termo FETICHE significa “objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido pela natureza, ao qual se atribui poder sobrenatural e se presta culto” (Holanda, 1993), foi este significado conferido ao fenômeno da atribuição de valor simbólico aos produtos (manufaturas) que o sociólogo por Karl Marx (1818 – 1883) observou em meio aos seus estudos sobre o mundo do trabalho na modernidade. O conceito marxiano de Fetichismo da Mercadoria. Segundo Marx (1994, p.81), “Uma relação social definida, estabelecida entre os homens, assume a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas. Para encontrar uma símile, temos que recorrer à região nebulosa da crença. Aí, os produtos do cérebro humano parecem dotados de vida própria, figuras autônomas que mantém relações entre si e com os seres humanos. É o que ocorre com os produtos da mão humana, no mundo das mercadorias. Chamo isto de fetichismo […].”
Marx em sua obra máxima intitulada “O Capital”, nota que a mercadoria (manufatura) quando finalizada, não mantinha o seu valor real de venda, que segundo ele era determinado pela quantidade de trabalho materializado no artigo, mas sim, que esta, por sua vez adquiria uma valoração de venda irreal e infundada, como se não fosse fruto do trabalho humano e nem pudesse ser mensurado, o que ele queria denunciar com isto é que a mercadoria parecia perder sua relação com o trabalho e ganhava vida própria.
 “Fetichismo da Mercadoria” caracteriza-se pelo fato das mercadorias, dentro do sistema capitalista, ocultarem as relações sociais de exploração do trabalho.
Karl Marx denomina este fenômeno como sendo um “Fetiche da mercadoria”, para isto ele se baseia na história do personagem bíblico Moisés, que após vagar quarenta anos com o povo escolhido por Deus (Judeus) atrás da terra prometida se depara com a crescente descrença dos seus seguidores, que já estavam cansados de se deslocar errantemente por vários lugares, dado esta insatisfação Moisés, deixa o seu povo em uma terra fértil e se retira temporariamente para meditar e procurar algum sinal que indique a existência real deste Deus, a localização da terra prometida e que com isto possa recuperar a fé do seu povo que ia se perdendo rapidamente.
Moisés sobe ao monte Sinai e fica por muito tempo lá a meditar, o povo ao sentir o sumiço de seu “guia”, se reorganiza politicamente e espiritualmente naquele lugar onde fixaram sua vida material, elegendo a partir disto novas lideranças e novos deuses em que acreditar e orar. Muito tempo se passa em cima do monte Sinai, onde está Moises a meditar até que após vários dias e quem sabe meses os céus se abrem e deles surgem o sinal tão esperado pelo povo Judeu, as tabuas da salvação, onde estavam contidos os “Dez Mandamentos”. A partir deste sinal Moises, desce o monte Sinai e vai de encontro ao seu povo para lhes contar e mostrar a boa nova, ao chegar nota que estes haviam se reorganizado em sua ausência e que possuíam novas lideranças e principalmente que haviam juntado todo o ouro e joias que carregavam consigo e fundiram estas para fazer uma imagem, um novo Deus, que segundo a bíblia seria a imagem de um animal (possivelmente um bezerro) que havia se tornado objeto de adoração e glorificação pelo povo, o nome atribuído a esta imagem era “Fetiche”. Marx se utilizou desta parábola bíblica e principalmente do nome atribuído à imagem citada para exemplificar na modernidade como o homem estava tratando as mercadorias (sapatos, bolsas, etc.), estas, que com o tempo deixaram de ser um produto estritamente humano para tornarem-se objeto de adoração, a mercadoria deixa de ter a sua utilidade atual e passa a atribuir um valor simbólico, quase que divino, o ser humano não compra o real, mas sim a transcendência que determinado artefato representa.
Nos primeiros capítulos, Marx analisa a sociedade capitalista em seus aspectos mais gerais para se aproximar paulatinamente da realidade. É justamente por isso que Marx inicia sua exposição a partir da análise da mercadoria: “a forma mais geral e menos desenvolvida da produção burguesa” (MARX, 1988, p. 77).
Se categorias como capital, salário, força de trabalho, mais-valor, lucro, juros etc. estão fora das reflexões nesse primeiro capítulo, não é porque Marx está falando de um passado longínquo, mas porque, para ele, compreender as categorias mais “simples” é um pressuposto para o entendimento dessas categorias mais “complexas” (MARX, 1982, p. 14-19).
A mercadoria já existia em formas pretéritas de produção, mas somente sob o capitalismo ela se torna a forma dominante em que se objetiva os produtos do trabalho humano. Em modos de produção anteriores “a existência dos homens como produtores de mercadorias, desempenha papel subordinado” (MARX, 1988, p. 75) isto é, não se produzia predominantemente para a troca.
Nos centros urbanos medievais, podemos observar o artesão que era proprietário das próprias ferramentas de trabalho e produzia para o mercado. No entanto, essa produção cobria parcamente suas necessidades e, no melhor dos casos, o ajudava a melhorar sua condição de vida ou recrutar mais alguns aprendizes. Além disso, esse “pequeno modo de produção mercantil” era cercado por um mundo rural dominado por relações servis, em que a maior parte da produção era voltada para a autossuficiência dos feudos.
A “forma mercadoria” se torna tão forte no capitalismo, que ela se autonomiza e adere às coisas que não são produtos do trabalho humano. Marx percebia isso claramente quando dizia que “coisas que, em si e para si, não são mercadorias, como por exemplo consciência, honra etc., podem ser postas à venda por dinheiro pelos seus possuidores e assim receber, por meio de seu preço, a forma mercadoria” (idem, p. 91).
Adam Smith e seus seguidores escreveram rios de tinta para comprovar cientificamente que o desenvolvimento da propriedade privada era a forma necessária e mais adequada para a potencialização do trabalho humano e o consequente crescimento das riquezas.
A concorrência obrigaria os proprietários privados a reduzir os custos de suas mercadorias e, por isso, seriam forçados a introduzir constantemente transformações técnicas na produção. Era assim, basicamente, que a burguesia legitimava a propriedade privada. Se prestarmos atenção, esses argumentos aparecem até hoje com roupagens diferentes: para seus ideólogos, o capitalismo é o melhor sistema econômico pois impulsiona o “empreendedorismo”, a “inovação” etc.
Marx não tinha como negar que a divisão técnica do trabalho e inclusive a propriedade privada tinham cumprindo papéis progressivos para a humanidade. Ambas foram uma alavanca decisiva para o aumento da produção de riquezas, potencializando o trabalho de cada indivíduo e abrindo caminho para a introdução da maquinaria no processo produtivo.
Se ele produziu em maior ou menor quantidade que as necessidades sociais é algo que ele só descobre no mercado. Se a necessidade por aquele produto for menor, ele terá que baixar o preço de cada mercadoria individual para torna-la mais atraente. Se acontecer o contrário – ele descobre que as necessidades são maiores – ele poderá aumentar o preço individual de cada mercadoria para compensar a relativa escassez (Não confundir preço com valor. O preço é a quantia monetária pela qual se troca a mercadoria. O valor é quantidade de trabalho socialmente necessário despendido em sua produção).
Esse processo que para os economistas burgueses é “natural”, se mantém por um “equilíbrio instável” e mostra sua faceta irracional constantemente nos momentos de superprodução, quando os produtores chegam a queimar ou enterrar determinado tipo de mercadoria (que poderiam satisfazer necessidades humanas, pois eram portadoras de valor de uso) para regular os preços de acordo com seu interesse.
A produção social é regulada de maneira inconsciente e através de coisas, movimentos de mercadorias estabelecidos de maneira independente da sociedade, pois são resultado de uma infinidade de produções e necessidades pulverizadas. Esse processo espontâneo e inconsciente faz com que os produtos do trabalho adquiram trajetórias e movimentações próprias, alheias a que os produtores imaginaram.
Fetiche da mercadoria # lei da oferta e procura! Marx chamou esse processo de fetiche da mercadoria, pois ao se mover assim, sem controle, alterando seus preços constantemente, parece que as mercadorias tomam vida própria (como um fantasma), despertam de sua existência inanimada e dizem para a colega: “qual a proporção em que vamos nos trocar agora?”. Seus possuidores, espantados, não podem fazer nada e aguardam a decisão da conversa para saber como finalizar a troca.
Antes do capitalismo, No feudalismo, por exemplo, uma das relações de produção dominantes, a corveia (trabalho gratuito do servo nas terras e instalações do senhor), não revestia a ‘forma valor’. O tempo de trabalho do servo media-se como o tempo de trabalho que produz mercadorias (horas, dias etc.) mas nem por isso seus produtos se tornavam mercadorias. Não existia nenhuma contrapartida econômica nessa atividade, pois se tratavam de relações de dominação baseadas na dependência pessoal, em que os que trabalhavam, prestavam serviços e entregavam produtos que eram claramente especificados.
No caso ainda de comunidades de famílias camponesas autônomas que “produzem para seu próprio uso o cereal, gado, fio, linho, peças de roupa etc.”, esses diversos produtos, eram resultado de atividades diferentes dentro seu trabalho familiar, “mas não se relacionam entre si como mercadorias”, isto é, existe uma divisão do trabalho entre os indivíduos do grupo, mas “as forças de trabalho individuais” são apenas partes do trabalho coletivo da família (idem, p. 75), ou seja, se algum membro dessa comunidade é responsável pela criação do gado, não faria nenhum sentido que ele exigisse uma soma de dinheiro ou de outras mercadorias para entregar o gado à sua família.
PORÉM Marx nos revela que o capitalismo substituiu relações de produção marcadas pela dependência pessoal e religiosa (como a escravidão da Antiguidade e a servidão no feudalismo) por relações de produção dominada por coisas, e por isso, conclui que “o processo de produção material, apenas se desprenderá do seu místico véu nebuloso quando, como produto de homens livremente socializados, ela ficar sob seu controle consciente e planejado” (p. 76) – O que ainda é uma mera utopia.
 Estudo histórico feito pela aluna Mágda Regadas em diferentes fontes de pesquisas ( google, sites etc) - com citações direta da Obra O Capital. 




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